22 de setembro de 2009

Vós que, de olhos suaves e serenos

Vós que, de olhos suaves e serenos,
com justa causa a vida cativais,
e que os outros cuidados condenais
por indevidos, baixos e pequenos;

se ainda do Amor domésticos venenos
nunca provastes, quero que saibas
que é tanto mais o amor depois que amais,
quanto são mais as causas de ser menos.

E não cuide ninguém que algum defeito,
quando na cousa amada se apresenta,
possa diminuir o amor perfeito;

antes o sobra mais; e, se atormenta,
pouco e pouco o desculpa o brado peito,
que Amor com seus contrários se acrescenta.

(Luís de Camões)

15 de setembro de 2009

Sempre inconstante

Muitos dias sem postar, talvez porque não tivesse nada para dizer, talvez porque às vezes o silêncio seja necessário.
Passando por mais uma de muitas reformulações pessoais. Me reinventando, eu sempre tão noturna de repente me sinto solar.
E do Sol parece que surgiu algo novo, ou talvez o novo tenha surgido e por isso o gosto repentino pelo Sol . . .
De repente a vida parece que ganhou mais cor, de repente a vida tem a cor do verão mesmo em dias de chuva . . .
Mas as minhas pequenas constâncias permanecem firmes, o amor incondicional pela música, a admiração respeitosa pela poesia, o carinho por toda e qualquer forma de boa escrita, a saudade sempre constante.
Saudade dos amigos, saudade da família, saudade da infância e saudade da vida, de uma vida que talvez não fosse minha de fato . . . Uma vida que não é minha agora.