23 de agosto de 2009

Cazuza

Conheci Cazuza quando contava com meus dez anos de idade. Naquela época eu tinha apenas duas certezas musicais na minha vida: 1º eu gostava de música e 2º porém não menos importante, eu não gostava do que meus amigos ouviam (eles escutavam coisas maravilhosas ao estilo Sandy e Junior). Faltava alguma coisa e eu não sabia o que.
Foi quando eu vi na TV um pequeno lembrete sobre o aniversário de morte de um cara, um tal de Cazuza, ao fundo a música "Ideologia". E eu soube o que faltava.
Fui ver quem era esse cara e quanto mais eu sabia, quanto mais eu o ouvia, mais eu o admirava.
Posso dizer seguramente que Cazuza mudou minha vida e eu, não apenas meu gosto musical, não seria a mesma sem Cazuza. Com Cazuza descobri o rock, as letras de protesto, a poesia musical, a porra-louquice e eu soube: queria ser assim quando crescesse, queria viver dez anos a mil e não mil a dez, queria viver e não só existir.
O dez anos a mil desacelerou, a vontade de viver ainda não cessou.
Cazuza é o Cara, assim com letra maiúscula, não apenas por sua poesia musical mas também pela sinceridade cruel com que cantou dores e amores, pela coragem de assumir seu estado de soropositivo em uma época cheia de preconceitos, por não ter desistido da vida, por ter composto mais do que nunca depois que soube que ia morrer, porque na época ser soropositivo era sinônimo de morte certa.
Cazuza mudou minha vida, ampliou meus horizontes e me despiu de alguns preconceitos e é por isso que ele tem um lugar só dele na minha pilha de CD's.

2 comentários:

Anônimo disse...

d

Anônimo disse...

Cazuza eterno em suas palavras, eterno em nossas memórias, com gestos sem pudor de viver a vida com vontade, de expressar como ninguém a própria vida, de ousar revelar medos, angústias, e anseios. Valeu, Agenor, sua vida breve mas intensa, faz nos ver como é preciso viver e não ter medo de perder, sobretudo a própria vida!
¨Homem que é homem volta atrás, mas não se arrepende de nada!
Sabe que a vida é pra lutar contra uma dragão invisível, que mata os sonhos mais banais, que acha que é tudo impossível"