25 de agosto de 2009

Frieza

Os teus olhos são frios como as espadas,
E claros como os trágicos punhais;
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas.
Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleais,
Fantásticos desejos irreais,
E todo o oiro e todo o sol das madrugadas!
Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior do que ser cego de nascença!
Tu invejas a dor que vive em mim!
E quanta vez dirá a soluçar:
"Ah! Quem me dera, Irmã, amar assim! . . ."
(Florbela Espanca)

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